AS LIGAÇÕES ENTRE HEZBOLLAH E FRENTE POLISÁRIO

O Saara Ocidental, uma região disputada entre o Marrocos e o movimento separatista Frente Polisário, tem sido palco de uma crescente presença do Irão, que tem reforçado os seus laços com o grupo através do Hezbollah. Esta dinâmica tem suscitado crescentes preocupações internacionais sobre a estabilidade regional e as implicações para a segurança no Magrebe e no Sahel, para além dos impactos que teria no Mediterrâneo.​

Desde 2018 que Rabat aponta a existência de vasos comunicantes entre o Hezbollah e a Frente Polisário, particularmente através de financiamento e fornecimento de armamento, o que levou a um corte de relações diplomáticas entre Marrocos e Irão. Em 2022, a Frente Polisário anunciava que iria receber drones iranianos e logo em seguida autoridades marroquinas apresentaram provas disso mesmo nas Nações Unidas. Mais recentemente, em janeiro de 2025, a Frente Polisário divulgou uma série de vídeos propagandísticos mostrando treinos militares com drones. O Washington Post divulgou a 12 de abril que centenas de militantes da Frente Polisário foram presos na Síria, após lutarem ao lado de Bashar al-Assad.

A Argélia desempenha também um papel central nesta dinâmica, sendo o principal patrocinador da Frente Polisário. Desde 1975 que Argel financia, arma e hospeda a liderança do grupo nos campos de refugiados em Tindouf, perto da fronteira com o Marrocos, exacerbando as tensões na região. Para além da sua participação na guerra civil síria, a Frente Polisário teve membros séniores na liderança do Estado Islâmico, tal como ​Adnan Abu al-Walid al-Sahrawi

Enquanto que em 2022 Espanha declarou o seu apoio à proposta marroquina de autonomia para o Saara Ocidental, Portugal ainda não clarificou a sua posição à medida que se aproxima o Mundial de Futebol 2030, co-organizado com Espanha e Marrocos.